9 de abr. de 2007

Daren e Mariana VII

Por Felipe Iubel - Desafio Caixa Preta


Dina abre a porta e encontra Ademir com cara de tédio। Ela tenta disfarçar a surpresa, mas seu jeito de perua não permite grandes encenações.

DINA
Oi, querido! Que é que você tá fazendo aqui?!

ADEMIR
Meu Deus, Dina! A hospitalidade da sua casa já foi melhor, ein!

DINA
Ai, menina! Desculpa! Deve ser a idade que finalmente está começando a se aproximar de mim com esses terríveis efeitos de falta de memória e de gentileza!

ADEMIR
Começando, é?

DINA
Também não precisa ofender, bicha rancorosa. Entra, vai.

Na sala de estar da casa, Ademir tentar enrolar um pouco para chegar ao ponto que queria na conversa, mas não consegue e vai logo perguntando.

ADEMIR
Eu não queria entrar nesse assunto com você, Dina. Mas não posso perguntar isso para a Mariana, afinal o Pedro vive grudado nela.

DINA
Pergunta, Ademir.

ADEMIR
Provavelmente é coisa da minha cabeça, mas você sabe como funcionam essas coisas.

DINA
Pergunta logo, Ademir.

ADEMIR
Então, sabe aquela festa que você não me convidou? Sabe, né? Então, o Pedro chegou muuuuito bêbado em casa e eu quero saber o que foi que ele aprontou. Porque essas duas últimas semanas foram infernais lá em casa. Ele anda distraído, diferente. Acho que ele parece até mais homem, veja que absurdo!

DINA
Humm...

A campainha toca outra vez. Dina levanta correndo e deixa Ademir sozinho com suas perguntas constrangedoras. Quando ela volta para a sala, traz Pedro e Mariana com ela.

PEDRO
Ademir?! O que você está fazendo aqui?

DINA
(resmungando baixinho)
Eu estou me perguntando a mesma coisa...

ADEMIR
Só porque você não me convida...

DINA
(resmungando baixinho)
Se nem ELE convida, por que eu convidaria?

PEDRO
Outra vez essa história?! Ai, meu São Celestino das Discussões sem Fim!

Novamente toca a campainha. Dina corre para atender e Mariana vai atrás dela. Na porta a surpresa é ainda maior.

DINA
Daren, meu querido! O que você veio fazer aqui!

DAREN
É um prazer pra mim também, Dina.

MARIANA
Edge?! Pensei que tinha marcado de noite e em outro lugar.

DAREN
É um prazer para mim também, Max.

DINA
Bom, queridos! Já que está todo mundo aqui mesmo, vamos entrar e rezar para não chegar mais ninguém.


Quando eles chegam à sala, Pedro e Ademir estão em silêncio. Cada um olhando para uma das paredes.

DINA
Olha só quem mais chegou...
(resmungando baixinho)
...sem ser convidado!

DAREN
Eu não resisto uma reunião na sua casa, Dina!

DINA
E quem é que resiste, meu querido? Bom, já que não podemos conversar sobre o que queríamos, pois todos os assuntos estão presentes em carne osso e falta de convite, vamos todos tomar alguma coisa.

Mas antes que ela pudesse se mexer, a campainha tocou pela terceira vez. Dina sorriu com o canto da boca e permaneceu sentada.

DINA
Ai, Meu Deus! Eu já estou cansada de andar até a porta. Desta vez, quem vai abrir é você Daren! Eu vou ficar sentada aqui esperando!

DINA
(resmungando baixinho)
Isso vai ficar melhor do que eu mesma esperava!

DAREN
Como eu venho dizendo desde que cheguei aqui. É sempre um prazer, Dina.
Você me acompanha, Max?

Mariana ainda parecia um pouco tonta com tudo que estava acontecendo. Era Pedro e Ademir fazendo bico em silêncio. Era Dina com uma expressão de perua diabólica. Era Daren ali, por causa dela. Apesar que ela ainda não tinha certeza dessa parte. Mesmo assim, foram os dois para a porta, rumo ao som da campainha, sem nem imaginar que Dina havia feito “a” ligação pouco antes de todo mundo invadir sua casa.

DAREN
Desculpa por ter aparecido assim. Mas eu precisava falar direito com você e não queria esperar até de noite.

MARIANA
E você acha que vamos conseguir conversar direito aqui?! Logo aqui com a Dina e todas essas pessoas brigando e com a campainha tocando?

DAREN
Na verdade, eu não pensei...

MARIANA
Eu sei que não. Mas não tem problema. Se sobrevivermos a essa tarde, ainda podemos jantar hoje.

DAREN
Vamos sobreviver sim। Eu tenho boas lembranças de como lidar com situações como esta do tempo que eu era adolescente e morava com minha mãe. Confie em mim.

MARIANA
Eu confio e espero que não sejam assaltantes sanguinários na porta.

DAREN
Eles nunca tocam a campainha.

MARIANA
Abre logo!

Quando abriu a porta, Daren empalideceu. Ficou mudo. Ficou paralisado. Não havia como disfarçar, pois nenhuma experiência do seu tempo de adolescente na casa de sua mãe o haviam preparado para tantas pessoas do sexo feminino no mesmo local. Ainda mais AQUELA pessoa.

GOSTOSA
Daren! Que surpresa boa! Estava ansiosa para te encontrar desde nossa “viagem” para a praia.

MARIANA
Desespero Praiano?!

CONTINUA...

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